2 de setembro de 2015

8º ano / 2015 – AULA 9 “Revoluções na Europa do século XIX”



E aí, minha gente: que confusões no Brasil, hein! Nesta aula veremos que a Europa também estava bem confusa... Vamos nessa!

Depois da Revolução Francesa (1789) e do governo de Napoleão Bonaparte na França, as coisa mudaram um pouco:

* O Antigo Regime (aquele jeito antigo de viver: nobreza, clero e camponeses) deixou de existir;

* Alguns camponeses passaram a se dedicar ao comércio e até enriqueceram por isso, passando a serem chamados de burgueses;

* Esses burgueses, que queriam vender cada vez mais, passaram a inventar formas de produzir cada vez mais (Revolução Industrial);

* Os países e territórios invadidos por Napoleão passaram a se unir mais para se proteger.

Todas essas transformações permitiram que a Itália e a Alemanha, por exemplo, que eram apenas territórios dominados por outros países e por senhores feudais, se juntassem e passassem a ser um país.

Outra coisa interessante foi o surgimento das cidades e da vida urbana: os burgueses inventaram máquinas que produziam mais que os seres humanos, mas essas máquinas tinham que ficar em locais apropriados devido ao seu tamanho e ao seu funcionamento. Esses locais apropriados são chamados de fábricas. Os camponeses que restaram passaram a trabalhar nas fábricas dos burgueses, mas eles moravam longe. Por isso nesse período, muitos camponeses saíram dos campos para morar mais perto das fábricas. Essas moradias em volta das fábricas deram origem ao que chamamos de CIDADE. Essa mudança de moradia também tem um nome: MIGRAÇÃO.

Os burgueses também alcançaram outra conquista: conseguiram liberdade para fazer seu comércio, inclusive com outros países, tendo cada vez lucro. Essa liberdade de comercializar sem o governo chama-se LIBERALISMO.

O problema é que os trabalhadores das fábricas, chamados de OPERÁRIOS, estavam sendo cada vez mais explorados pelos burgueses. Isso fez com que várias revoltas e idéias surgissem nesse período. O ano de 1948, por exemplo, foi o ano em que mais havia revoltas por toda a Europa.

Entre as idéias que surgiram destacamos:

* SOCIALISMO UTÓPICO – um grupo de pensadores que acreditava que o lucro do comércio e das fábricas deveria ser dividido com os operários, mas quem faria essa divisão seriam os donos das fábricas. Vocês acham que os donos iam querer isso? Claro que não! Por isso é utópico: utopia significa algo que nunca vai acontecer, ou que muito dificilmente vai acontecer.

* SOCIALISMO CIENTÍFICO – um grupo de pensadores que acreditava que o lucro do comércio e das fábricas deveria ser dividido com os operários, mas quem faria essa divisão seriam os próprios operários, através de uma revolução e manifestações, como protestos e greves. Um cara muito famoso que defendia essas idéias chamava-se KARL MARX (na tarefa vocês vão pesquisar sobre ele!).

* ANARQUISMO – havia ainda um grupo mais revolucionário, que acreditava que o povo deveria se organizar sem o governo. Eram os anarquistas, que queriam a ausência do Estado.

Mas todas essas idéias foram vencidas pelo CAPITALISMO: política econômica que CONCENTRA as riquezas nas mãos de poucos, ou seja, nas mãos dos donos das fábricas. Em alguns país do mundo podemos observar uma tentativa de socialismo, como na China e em Cuba, mas a maior parte dos países do mundo hoje são capitalistas.

Além de todos esses problemas econômicos, a sociedade também passava por transformações. Com tantos produtos fabricados para serem consumidos, as pessoas passaram a questionar a própria existência, o prazer e até a religião.

Começou uma coisa chamada SECULARIZAÇÃO, que é a separação da religião e do governo. Com tanto desenvolvimento tecnológico nas fábricas, as pessoas passaram a estudar mais, e perceberam que, apesar da vontade de Deus, as coisas poderiam ser explicadas pela CIÊNCIA. Um grande cara que estudou muito nessa época foi CHARLES DARWIN (você também vão pesquisar sobre ele na tarefa!).

Na próxima aula veremos o que estava acontecendo nos EUA durante esse período que estamos estudando... Espero vocês!

8º ano / 3º bimestre – AULA 8 “Período Regencial”



Olá queridos!

Na última aula falamos sobre o governo de D. Pedro I, que conseguiu tornar um Brasil num país independente de Portugal, apesar dele mesmo ser português. Ele criou uma constituição (conjunto de leis) para nós, mas nessa constituição ele é que mandava. Depois de algum tempo, em 1831, morreu o pai de D. Pedro I, rei de Portugal. E agora?

D. Pedro I acabou indo pra Portugal assumir o trono para não perder o poder. Mas e o Brasil? Ele deixou o filho dele, D. Pedro II, governando o Brasil. Detalhe: o menino tinha 5 anos de idade!!!!!

Como uma criança pode governar um país?

Enquanto o menino não atingisse a maioridade, que na época era de 21 anos, quem governaria o país seriam os políticos da época. Esses governantes passaram a ser chamados de REGENTES (de reger mesmo, tipo administrar).

A princípio, o país foi governado por 3 regentes. Esse período ficou conhecido como Regência Trina Provisória, porque o objetivo era que eles governassem por pouco tempo: só até os políticos votarem nos regentes permanentes, que foi o que aconteceu. Mas esses políticos não eram um grupo muito unido.

Como vimos na outra aula, havia 3 grupos principais de políticos no Brasil Os PORTUGUESES, que viraram RESTAURADORES e depois deixaram de existir porque o Brasil nunca mais voltaria para o domínio de Portugal; os MONARQUISTAS, que depois viraram LIBERAIS MODERADOS, mais tarde GRUPO REGRESSISTA e finalmente PARTIDO CONSERVADOR; e os REPUBLICANOS que depois viraram LIBERAIS EXALTADOS, mais tarde GRUPO PROGRESSISTA e finalmente PARTIDO LIBERAL.

Esse desencontro entre os próprio políticos se refletia na população brasileira: por todo o país surgiam revoltas contra atitudes do governo. Os regentes tentaram, então, medidas liberais, dando poderes aos chefes de cada região: criou-se a Guarda Nacional (pra proteger as grandes propriedades de terra) e o cargo de Juiz de Paz (para julgar problemas locais). Isso deu muito poder aos fazendeiros, que passaram a ser chamados de CORONÉIS (como a gente vê nas novelas!).

Mas essas medidas do governo não deram certo. As revoltas continuavam e finalmente eles decidiram acabar com a Regência Trina e o país passou a ser governado por uma Regência Uma (um só cara no comando). Esse cara foi o padre Diogo Antônio Feijó. Só que o Feijó era meio ‘fora da casinha’, e em 1836 acabou renunciando. Quem assumiu o governo foi Araújo Lima (um político que era senhor de engenhos).

Apesar de todas as tentativas, o Brasil seguia com revoltas, e os políticos decidiram então colocar logo D. Pedro I para governar. Assinaram uma lei diminuindo a maioridade de 21 para 14 anos de idade. E em 1840, D. Pedro II se tornou Imperador do Brasil, com 14 anos de idade. Esse episódio ficou conhecido como Golpe da Maioridade.

Abaixo segue um resumos das revoltas do período regencial.

Na próxima aula veremos que todas essas revoltas do Brasil tiveram aliados importantes: as revoltas que estavam acontecendo na Europa nesse mesmo período. Até lá!




CABANAGEM (1835-1840)
A questão da autonomia política foi, desde a independência, a grande força motriz motivadora de diversos conflitos e revoltas no Brasil. Na província do Pará, a péssima condição de vida das camadas mais baixas da população e a insatisfação das elites locais representavam a crise de legitimidade sofrida pelos representantes locais do poder imperial. Além disso, a relação conflituosa entre os paraenses e os comerciantes portugueses acentuava outro aspecto da tensão socioeconômica da região.
A abdicação de Dom Pedro I e ascensão do governo regencial estabeleceram a deflagração de um movimento iniciado em 1832. Naquele ano, um grupo armado impediu a posse do governador nomeado pela regência e exigia a expulsão dos comerciantes portugueses da província. No ano seguinte, Bernardo Lobo de Sousa, novo governador nomeado, administrou o Pará de maneira opressiva e autoritária. Desta maneira, abriam-se tensões e a possibilidade de uma nova revolta provincial.
Em 1835, um motim organizado pelo fazendeiro Félix Clemente Malcher e Francisco Vinagre prendeu e executou o governador Bernardo Lobo de Sousa. Os rebelados, também chamados de cabanos, instalaram um novo governo controlado por Malcher. Francisco Vinagre, líder das tropas do novo governo, se desentendeu com o novo governador. Aproveitando de seu controle sobre as forças militares, tentou tomar o governo, mas foi preso pelo governador. Em resposta, Antônio Vinagre, irmão de Francisco, assassinou Félix Clemente Malcher e colocou Francisco Vinagre na liderança do novo governo.
Nessa nova etapa, Eduardo Angelim, líder popular, ascendia entre os revoltosos. A saída das elites do movimento causou o enfraquecimento da revolta. Tentando aproveitar desta situação, as autoridades imperiais enviaram o almirante britânico John Taylor, que retomou o controle sobre Belém, capital da província. No entanto, a ampla adesão popular do movimento não se submeteu à vitória imperial. Um exército de 3 mil homens liderados por Angelim retomou a capital e proclamou um governo republicano independente.
O governo, agora controlado por Angelim, abria possibilidades para a resolução dos problemas sociais e econômicos que afligiam as camadas populares. No entanto, a falta de apoio político de outras províncias e a carestia de recursos prejudicou a estabilidade da república popular. Sucessivas investidas militares imperiais foram enfraquecendo o movimento cabano. Em 1836, Eduardo Angelim foi capturado pelas autoridades do governo imperial.
Entre 1837 e 1840, os conflitos no interior foram controlados. Diversas batalhas fizeram com que este movimento ficasse marcado por sua violência. Estima-se que mais de 30 mil pessoas foram mortas. Dessa maneira, a Cabanagem encerrou a única revolta regencial onde os populares conseguiram, mesmo que por um breve período, sustentar um movimento de oposição ao governo.
Por Rainer Sousa - Graduado em História

BALAIADA (1838-1841)
Nas obras que tratam dos primeiros anos da independência política do Brasil, muitos historiadores dão especial destaque ao fato de que os privilégios e desmandos que marcavam o passado colonial não foram superados com o estabelecimento da independência do país. Um dos casos em que tal perspectiva é ainda mais evidente encontra-se na revolta da Balaiada, ocorrida em 1838, no Maranhão.
No século XIX, a economia maranhense atravessou uma forte crise, em grande parte decorrente da concorrência do algodão norte-americano no mercado internacional. Além disso, o estabelecimento da Lei dos Prefeitos – que concedia ao governador o privilégio de nomear os prefeitos municipais – causou outro tipo de atrito onde o mandonismo político acirrou as relações do povo com as instituições governamentais.
Dessa forma, podemos ver que a presença de três líderes nessa revolta, que muito bem representou a situação política ali vivida, impulsionou diversos focos de tensão. Raimundo Gomes, um dos primeiros líderes da revolta, mobilizou um grupo de escravos, vaqueiros e artesãos logo depois de libertar um grupo de vaqueiros aprisionados em Vila da Manga, a mando de um opositor político do patrão daqueles mesmos trabalhadores.
O artesão Manoel dos Anjos Ferreira, conhecido como Balaio, começou a lutar contras as autoridades provinciais depois de acusar o oficial Antônio Raymundo Guimarães de ter abusado sexualmente de suas filhas. Após conquistar vários adeptos, os revoltosos conseguiram controlar a cidade de Caxias, um dos maiores centro comerciais da época. A natureza popular desse movimento em muito ameaçou a estabilidade dos privilégios econômicos daqueles que detinham o poder na época.
Naquele mesmo ano, o negro Cosme Bento de Chagas, contou com o apoio de, aproximadamente, 3 mil escravos fugidos. O grande número de negros envolvidos na revolta deu traços raciais à questão da desigualdade ali colocada. Em resposta aos levantes, o coronel Luis Alves de Lima e Silva foi nomeado para controlar a tensa situação da província.
Em 1841, com farto armamento e um grupo de 8 mil homens, Luis Alves obteve sucesso na contenção dos revoltosos e, por isso, recebeu o título de Conde de Caxias. A desarticulação entre os vários braços revoltosos da Balaiada e a desunião em torno de objetivos comuns, facilitou bastante a ação repressora estabelecida pelas forças governamentais.
Todos os negros fugidos acusados de envolvimento na revolta foram reescravizados. Manoel Francisco Gomes foi abatido durante o movimento de retaliação da revolta. Já o vaqueiro Raimundo Gomes foi expulso do Maranhão e, durante sua deportação para São Paulo, faleceu em uma embarcação. O líder dos escravos, Cosme Bento, foi preso e condenado à forca em 1842.
Por Rainer Sousa - Graduado em História

SABINADA (1837-1838)
A Bahia, desde o período colonial, se destacou como palco de luta contra a opressão política e o desmando governamental. A Sabinada foi um movimento que teve início entre as elites militares, médicas e jornalistas baianas, seu principal idealizador foi Francisco Sabino, médico e jornalista; entretanto, o movimento se destacou por ter grande participação das camadas populares.
Antes do seu desenvolvimento, um grupo de negros malês tentou conquistar a cidade de Salvador. Contudo, mediante a delação às autoridades, essa primeira revolta não se desenvolveu. Nesse segundo momento, liderados pelo médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira, os participantes da Sabinada se opsueram à mal resolvida questão da centralização política que se arrastava desde o início do Brasil Império.
Em 7 de novembro de 1837, o movimento conseguiu a adoção dos militares da Fortaleza de São Pedro. Contando com tal apoio, os revoltosos obrigaram o governador Francisco de Souza Paraíso a abandonar seu cargo. Logo após o golpe político, Sabino e seus comparsas decretaram a criação da República Bahiense.
Apesar de conseguir sua consolidação, o novo governo se instituiu em caráter transitório, até que o herdeiro do trono brasileiro, Dom Pedro II, chegasse à maioridade. No âmbito social, a nova república, criada em solo baiano, prometia conceder liberdade a todos os escravos que apoiassem o governo.
Em resposta ao movimento, o governo regencial nomeou um novo governador e organizou um destacamento de forças militares destinadas a dar fim ao levante. Após bloquear as saídas marítimas de Salvador, as tropas do governo iniciaram o ataque terrestre. Entre os dias 13 e 15 de março, as ruas de Salvador foram ocupadas pelas forças regenciais, que renderam os participantes da revolta.
Logo após a batalha, os líderes da revolta foram julgados, sendo que três foram condenados à morte e os demais à prisão perpétua. No entanto, as penas foram posteriormente abrandadas para o degredo em território nacional.
Por Rainer Sousa - Graduado em História

FARRAPOS (1835-1845)
Durante a regência, a questão da centralização política incitou a organização de diferentes revoltas que constantemente ameaçavam a unidade do território brasileiro. Na região sul, as elites pecuaristas se colocaram em um delicado confronto com o governo federal ao se revoltarem com a política fiscal promovida na época. Onerosos tributos eram cobrados sob a produção do charque, do couro e dos muares que representavam os principais gêneros exportados pela elite pecuarista gaúcha.
Na década de 1830, as autoridades do governo resolveram intensificar as cobranças sob tais gêneros com a criação de postos fiscais que garantiriam a cobrança junto aos produtores de charque gaúchos. Essa política adotada acabava beneficiando a entrada do charque uruguaio no mercado brasileiro, que diferentemente dos gaúchos, arcava com uma alíquota alfandegária bem menor. Insatisfeitos com essa situação, um grupo de grandes proprietários organizou um levante que derrubou o governador provincial em 1835.
O sucesso obtido na ação dos revoltosos – liderados por Bento Gonçalves – marcou a deflagração da Revolução Farroupilha, também conhecida como Guerra dos Farrapos. Primeiramente, os farrapos (assim conhecidos pelo lenço vermelho que tinham preso a suas vestes) dominaram a cidade de Porto Alegre e exigiram a nomeação de um novo presidente de província. No ano seguinte, em 1836, com a intransigência do poder central, os primeiros confrontos aconteceram entre os farrapos e as tropas oficiais.
Inicialmente, as forças de repressão conseguiram enfraquecer a ação dos farrapos promovendo a retomada da capital. Após a batalha de Seival, os farrapos demonstraram sua resistência ao proclamarem a criação da República Rio-Grandense, com sede na cidade de Piratini, e dirigida por Bento Gonçalves. Em resposta, os legalistas venceram a batalha de Fanfa, onde aprisionaram vários revoltosos, incluindo o presidente Bento Gonçalves.
Nos dois anos seguintes, os confrontos se alongaram e os farrapos ganharam o apoio de duas novas lideranças revolucionárias: o brasileiro David Canabarro e o italiano Giuseppe Garibaldi. Com o apoio destes exímios combatentes, os revolucionários conseguiram novas vitórias. Em julho de 1839, partiram em direção de Santa Catarina, onde conquistaram a cidade de Laguna e proclamaram o surgimento da chamada República Juliana.
Com o prolongamento do conflito, o governo designou o Barão de Caxias para conduzir as tropas da Guarda Nacional. Nessa mesma época, dissidências políticas e a crise econômica acabaram ameaçando as intenções dos revolucionários. De fato, nenhum dos lados desta guerra tinha condições suficientes para oferecer resistência. Com isso, o próprio governo optou em desmobilizar os farrapos atendendo a sua principal reivindicação: o aumento da taxa sobre o charque estrangeiro.
A partir de então, o Barão de Caxias começou a articular as negociações que, finalmente, encerrariam essa penosa guerra. Após serem derrotados na batalha dos Porongos, em 1844, os farrapos enviaram um grupo que negociaria secretamente a rendição das tropas insurgentes na capital federal. Em março de 1845, o tratado do Ponche Verde garantiu os interesses dos revolucionários gaúchos e a hegemonia territorial do império.
Por Rainer Sousa - Graduado em História

MALÊS (1937)
A revolta dos Malês pode ser compreendida como um conflito que deflagrou oposição contra duas práticas comuns herdadas do sistema colonial português: a escravidão e a intolerância religiosa. Comandada por negros de orientação religiosa islâmica, conhecidos como malês, essa revolta ainda foi resultado do desmando político e da miséria econômica do período regencial.
Com o deslocamento do eixo econômico-admininstrativo do Brasil para a região sudeste e as constantes crises da economia açucareira, a sociedade baiana do período tornou-se um sinônimo de atraso econômico e desigualdade socioeconômica. Além desses fatores, devemos também destacar que as prescrições religiosas incentivadas pelas autoridades locais promoveram a mobilização desse grupo étnico-religioso específico.
Anos antes da revolta, as autoridades policiais tinham proibido qualquer tipo de manifestação religiosa em Salvador. Logo depois, a mesquita da “Vitória” – reduto dos negros muçulmanos – foi destruída e dois importantes chefes religiosos da região foram presos pelas autoridades. Dessa maneira, os malês começaram a arquitetar um motim programado para o dia 25 de janeiro de 1835.
Nesta data, uma festa religiosa na cidade Bonfim esvaziaria as ruas de Salvador dando melhores condições para a deflagração do movimento. Naquela mesma data, conforme a tradição local, os escravos ficariam livres da vigilância de seus senhores. Entre os ideais defendidos pelos maleses, damos destaque à questão da abolição da escravatura e o processo de africanização de Salvador por meio do extermínio de brancos e mulatos.
Mesmo prevendo todos os passos da rebelião, o movimento não conseguiu se instaurar conforme o planejado. A delação feita por dois negros libertos acionou um conflito entre as tropas imperiais e os negros malês. Sem contar com as mesmas condições das forças repressoras do Império, o movimento foi controlado e seus envolvidos punidos de forma diversa. Apesar de não alcançar o triunfo esperado, a Revolta dos Malês abalou as elites baianas mediante a possibilidade de uma revolta geral dos escravos.
Por Rainer Sousa - Graduado em História


28 de agosto de 2015

2015 - 9º ano / AULA 10 "Descolonização e Independência da África e da Ásia"

E aí, minha gente!

Como vimos na última aula, o mundo nessas décadas de 1940 a 1980 estava bem conturbado... Mas a sociedade mundial estava atenta: ninguém estava curtindo o que estava acontecendo por trás da Guerra Fria (que na verdade não era tão fria assim). Vários conflitos violentos assolavam o planeta, e muitas vidas foram perdidas.

No início do ano, um de nossos primeiros assuntos foi o Neocolonialismo: um período em que países da África e da África foram dominados economicamente por países da Europa. Nessa época que estamos estudando, o mundo inteiro se revoltou pelo fato desses países ainda serem dominados, e movimentos libertadores apareceram em diferentes países. Um dos principais personagens desse movimento foi Mahatma Gandhi, que lutou pacificamente pela independência de seu país, a Índia.

Outro líder importante dessa época foi Nelson Mandela, da África do Sul, que lutou contra o APARTHEID (de apartar / separar mesmo) : o preconceito fortíssimo com pessoas de pele negra rolava não só na Áfica do Sul como no mundo todo. Vários movimentos contra o racismo passaram a dominar a população mundial, e o preconceito foi sendo vencido aos poucos, mas com muita luta. Nesse sentido um personagem conhecido foi Martin Luther King, que morava nos EUA, era negro e também protestou pacificamente pelo fim do preconceito racial.

Havia ainda a galera do movimento que ficou conhecido como movimento hippie. O termo deriva da palavra hipster (inglês) que significa moderno. Esse movimento também era chamado de Contra-Cultura, pois seus integrantes eram contra o jeito de viver, principalmente nos EUA. Eles protestavam contra o racismo, contra as guerras em que os EUA estavam envolvidos (como a Guerra do Vietnã), contra o consumismo e principalmente contra a busca infindável por riquezas e lucro. Pregavam a paz e o amor, e a busca por um mundo unido e feliz. Um grande representante desse movimento foi o ex-Beatle John Lenon, que através da música e de sua própria vida levava mensagens de paz e amor ao mundo.

Na próxima aula veremos a situação do Brasil nesse mesmo período... Espero vocês!

2015 - 9º ano / AULA 9 "Conflitos Internacionais durante a Guerra Fria"

ÍNDIA
VIETNÃ
ISRAEL
CHINA
CUBA
ÁFRICA DO SUL
1947
1957-1973
1947
1949
1959
1948
Era dominada pela Inglaterra e queria se libertar
O norte queria ser comunista e o sul queria ser capitalista
Ajudas humanitárias levaram judeus sobreviventes dos campos de concentração para a Palestina, que pertencia à Inglaterra
Queriam se libertar da Inglaterra, depois do Japão, e implantar o comunismo
Queriam se libertar da exploração que sofriam dos EUA
Apartheid – divisão entre negros e brancos (segregação racial)
Resistência pacífica
Apoio dos EUA ao sul com bombas de Napalm; táticas de guerrilha dos vietcongues do norte
Vários países e a própria ONU alimentaram um conflito armado entre árabes e judeus
Criação do Exército Vermelho formado principalmente por camponeses
Rompeu com os EUA e aceitou ajuda econômica da URSS, participando até da “crise dos mísseis”
Desobediência civil e protestos
Mahatma Gandhi
Ho Chi Min
David Bem Gurin
Mao Tsé-Tung
Fidel Castro/Che Guevara
Nelson Mandela
Conseguiram, mas brigaram e o país se dividiu
Os EUA cederam e o Vietnã se uniu com o socialismo.
Os palestinos foram obrigados a sair de suas terras, e até hoje lutam por território
Implantação de uma ditadura comunista, a Revolução Cultural
Implantação do socialismo e isolamento econômico, desenvolvimento de projetos de educação e saúde.
Fim do apartheid.

21 de maio de 2015

9º ano / 2015 - "Crise de 1929"

Depois da Primeira Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e os Estados Unidos enriquecidos.  Na década de 1920, os Estados Unidos eram a maior economia do mundo principalmente por causa de sua grande produção industrial.

As pessoas passaram, então, a comprar ações na Bolsa de Valores para vender com grande lucro. Porém, muitos empresários aumentavam artificialmente os preços das ações, numa especulação sem limite.

 No final dos anos 1920, o preço das ações já não correspondia à situação real das empresas, e em 24 de setembro de 1929, quando os investidores correram para vender suas ações, descobriram que não havia compradores: os preços caíram, e começou a Grande Depressão.

As 4 principais razões para a crise foram: a concentração de riquezas, o descompasso entre os salários e os lucros, a recuperação econômica da Europa após a Primeira Guerra Mundial, e a crise agrícola. Pode-se dizer que foi uma crise de SUPERPRODUÇÃO, pois havia mais produtos do que mercado consumidor.


Em 1933, o economista KEYNES propôs o NEW DEAL, um acordo no qual o Estado deveria intervir na economia através de obras públicas, destruição dos estoques, controle dos preços, e diminuição da jornada de trabalho. Com essas medidas, o desemprego diminuiu, a indústria e a agricultura recuperaram-se, os salários pararam de cair, e a partir de 1934 a renda nacional dos Estados Unidos voltou a crescer.

8º ano / 2015 - AULA 5 "A Revolução Francesa e a Era Napoleônica"

Por volta de 1780 aconteceram alguns distúrbios climáticos na França, como inundações e secas Daí a produção de alimentos e o comércio ficaram prejudicados, os preços subiram, e boa parte da população começou a passar fome. Em busca de soluções para a crise econômica, o rei Luís XVI convocou uma Assembleia Geral com representantes dos 3 estados: o CLERO (1º Estado / Igreja), a NOBREZA (2º Estado / ricos) e o CAMPESINATO (3º Estado / camponeses e burgueses).
As votações eram feitas por Estado, assim o 1º e o 2º Estados, combinavam seus votos. Mas o 3º Estado lançou uma campanha para que a votação fosse por pessoa e não por Estado. O rei não concordou e o 3º Estado se retirou, afirmando que fariam uma nova Constituição. Imediatamente o rei mandou reprimir esse grupo, e no dia 14 de julho de 1789 os populares da cidade de Paris saíram às ruas em protesto, saqueando armas e alimentos. Conseguiram apoio do exército, e invadiram a Bastilha - uma prisão de pessoas que não concordavam com o governo de Luís XVI.

Depois disso, alguns privilégios foram abolidos pelo rei, e foi aprovada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, um documento que estabelecia a liberdade, a igualdade e a fraternidade entre todos os seres humanos. Mas o rei se recusou a obedecer a nova Constituição, e começou a fazer alianças com outros países contra seu próprio povo. Um exército estrangeiro foi vencido pelo povo de Paris, e o rei foi julgado e executado em praça pública.

O 3º Estado estava dividido em 2 grupos: os GIRONDINOS (burgueses) e os JACOBINOS (camponeses), que assumiram o governo com Robespierre. Ele era super radical e começou a perseguir os que considerava uma ameaça. Esse período ficou conhecido como o Período do Terror, o que fez com que os jacobinos enfraquecessem politicamente, e os girondinos assumiram o poder: prenderam e executaram Robespierre, e confiaram o poder a um Diretório - 5 deputados burgueses governando juntos. Diante da insatisfação popular, um general do exército chamado Napoleão Bonaparte deu golpe nos girondinos e assumiu o poder, se auto intitulando imperador da França.

Durante seu governo, Napoleão distribuiu terras para os camponeses, criou o Banco da França e emprestou dinheiro aos industriais, estimulou a educação criando escolas públicas, e começou a almejar expandir o território francês e ampliar o comércio com os países da Europa. Para isso, decretou o Bloqueio Continental, obrigando os países da Europa a não mais fazer comércio com a Inglaterra, e os que insistissem seriam invadidos pelo exército francês.

Os países da Europa não aceitaram essa situação: a Rússia, por exemplo, chegou a ser invadida pelas tropas de Napoleão, mas o surpreenderam com uma tática de guerra - recuaram atraindo o exército de Napoleão para as regiões mais frias do país, e ao mesmo tempo queimaram suas próprias lavouras. Com fome e frio, o exército de Napoleão perdeu sua primeira batalha em Moscou no ano de 1812. Depois dessa derrota, outras aconteceram, e Napoleão finalmente foi vencido em 1814, quando foi enviado à Ilha de Elba. Ele tentou fugir e voltar ao poder em 1815, mas seu governo durou 100 dias e ele foi capturado novamente. Morreu sozinho em 1821, isolado em outra ilha.


A França voltou a ter um rei, Luís XVIII - irmão do rei que fora guilhotinado no início da Revolução, e um Tratado foi assinado na cidade de Viena, na Áustria, para que os territórios invadidos por Napoleão fossem devolvidos. Uma Aliança também foi assinada por alguns países da Europa para evitar que novas revoluções ocorressem.

5 de maio de 2015

9º ano / 2015 - AULA 4 "República no Brasil"

Como vocês bem lembram, no fim do século XIX o Brasil era governado por D. Pedro II, ou seja: éramos um império. Durante seu governo, o Brasil cresceu bastante, principalmente por causa das plantações e exportações do café. Quem trabalhava nessas plantações eram os escravos descendentes de africanos (de várias regiões da África). Mas, depois de 4 séculos de escravidão, essa exploração passou a ser questionada, não só por 'dó' dos escravos, mas principalmente porque os países industrializados, como a Inglaterra por exemplo, precisavam de mercado consumidor. Como escravo não tem salário, ele não podia consumir, então deixou de trazer benefícios. No ano passado você estudou algumas leis que contribuíram para que, aos poucos, a escravidão acabasse no Brasil: Lei Eusébio de Queiroz, Lei do Ventre Livre, entre outras. Com a Guerra contra o Paraguai (1864-1870), muitos escravos foram libertados para participar dos combates, mesmo assim as elites brasileiras não queriam que a escravidão acabasse. Aos poucos o trabalho escravo foi sendo substituído pelo trabalho de imigrantes vindos da Europa (lembrando que a Europa passava por crises e guerras nesse período). Finalmente em 1888 a escravidão foi abolida de uma vez por todas. Mas isso não resolveu o problema dos escravos, que ficaram excluídos da sociedade, alguns até sem trabalho.

Pior que a situação dos escravos era a situação de D. Pedro II: as elites estavam indignadas com a abolição, o exército indignado com a Guerra do Paraguai que só trouxe gastos e nenhuma recompensa, além de tudo isso, a Igreja Católica (na época única do Brasil e influente na política) também estava insatisfeita com o envolvimento do imperador em lojas de maçonaria. E agora?

Em 15 de novembro de 1889 (um ano após a abolição) o Marechal Deodoro da Fonseca deu um golpe de Estado e assumiu o poder: o Brasil deixava de ser uma MONARQUIA e se tornava uma REPÚBLICA, e D. Pedro II foi obrigado a embarcar para Portugal.

Até hoje somos uma República, mas assim como em outros assuntos de História, podemos dividir esse período da História do Brasil em vários pedacinhos para estudarmos melhor. O primeiro pedacinho ficou conhecido como República da Espada (1889-1894), porque nessa fase o Brasil foi governado por membros do exército. Depois de muitas mudanças nas leis
brasileiras (Constituição nova e tudo!), houve a primeira eleição de um cidadão 'sem farda', em 1894: Prudente de Moraes, cafeicultor (elite), que governou até 1898. Começa, então, o período chamado República das Oligarquias (1894-1930), popularmente conhecido como República Café-com-Leite. Recebeu esse nome porque todos os presidentes estavam ligados às elites produtoras de café (em São Paulo) e produtoras de leite (em Minas Gerais). Segue a lista de presidentes até aqui:

1889 - 1891 - Marechal Manuel Deodoro da Fonseca
1891 - 1894 - Marechal Floriano Vieira Peixoto
1894 - 1898 - Prudente José de Morais Barros ( Prudente de Morais )
1898 - 1902 - Manuel Ferraz de Campos Sales ( Campos Sales )
1902 - 1906 - Francisco de Paula Rodrigues Alves ( Rodrigues Alves )
1906 - 1909 - Afonso Augusto Moreira Penna ( Afonso Penna )
1909 - 1910 - Nilo Peçanha
1910 - 1914 - Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca
1914 - 1918 - Wenceslau Brás Pereira Gomes ( Wenceslau Brás )
1918 - 1919 - Delfim Moreira da Costa Ribeiro (Delfim Moreira )
1919 - 1922 - Epitácio da Silva Pessoa (Epitácio Pessoa )
1922 - 1926 - Authur da Silva Bernardes (Arthur Bernardes )
1926 - 1930 - Washington Luís Pereira de Sousa (Washington Luís )

Durante a República Café-com-Leite, foram muitos os abusos das elites, como o Voto do Cabresto (quando os eleitores votavam acompanhados de um jagunço para não 'errarem' o voto); o Coronelismo (quando o poder político local era de um grande proprietário de terra); as repressões violentas às revoltas populares... e assim por diante.

Lembrando: durante esse período aconteceu a Primeira Guerra Mundial, e vocês acreditam que para nós isso não foi tão ruim? Conseguimos aumentar nossa produção e até nossas exportações, porque os países europeus estavam muito ocupados com o conflito. Claro que com tantas mortes, o mundo inteiro acabou perdendo...


Em 1930 a Política Café-com-Leite sofreu uma revolta: um desentendimento entre as elites de São Paulo e Minas Gerais provocou uma grande manifestação popular que colocou um homem muito interessante no poder: GETÚLIO VARGAS. Mas veremos isso na próxima aula, até lá!

30 de março de 2015

2015 / 8º ano: AULA 3 "Colonização e Independência da América Espanhola"

Vamos lá pessoal: o que será que é América Espanhola?
Claro que são os países da América que foram colonizados pela Espanha, né. E como saber isso? Lembra da aula passada: é só dar uma olhada no idioma da galera: todos aqueles países da América que falam espanhol foram colonizados pelos espanhóis. DICA: veja a tabela da Libertadores (aquele campeonato de futebol que só tem times do nosso continente)!
Depois do primeiro século de colonização, lá por volta de 1600 e alguma coisa, começaram a surgir conflitos entre os colonos (que moravam na América) e o pessoal da Europa. Por causa da Revolução Industrial, países como Espanha e Portugal precisavam comprar matéria-prima (barata) para seus produtos industrializados (caros) e precisavam vender esses produtos industrializados (PACTO COLONIAL).
Demorou mais um tempo, e lá pelas primeiras décadas do século XIX, as colônias espanholas lutaram pela independência em relação à metrópole (Espanha). Mas atenção: foram vários acontecimentos e não uma revolução única, não aconteceu de uma hora pra outra.
O pensamento Iluminista (AULA 1), que colaborou para a Independência dos Estados Unidos (AULA 2) se espalhou pelas colônias espanholas: se eles conseguiram se livrar da Europa, porque nós também não podemos?
Além das novas ideias, as lutas pela independência foram comandadas pela consciência das elites coloniais:
- CRIOLLOS = que eram os filhos de espanhóis nascidos na América
- LATIFUNDIÁRIOS = que eram pessoas que produziam em grandes propriedades de terra e exportavam sua produção
- COMERCIANTES URBANOS
Todos esses caras aí de cima não curtiam os CHAPETONES, que eram as elites espanholas, ou seja: os espanhóis nascidos na Espanha mesmo.
O pessoal mais pobre da América, INDIGENAS, MESTIÇOS, HOMENS BRANCOS POBRES, também lutavam contra a metrópole, mas por razões diferentes. O importante é que o pessoal da América se uniu e olha só no que deu...
Entre 1810 e 1828, aconteceram muitas revoltas. Uma das mais importantes aconteceu no México, e de lá se espalhou pelo resto da América Central. Na América do Sul surgiram dois homens muito importantes: SAN MARTÍN (1778-1850) e SIMÓN BOLÍVAR (1783-1830). Bolívar acreditava que depois da independência, todas as colônias da América deveriam se unificar. Mas isso não aconteceu, principalmente porque as elites locais preferiram garantir seus poderes nas regiões onde já atuavam.
Outro acontecimento interessante desse período foi a independência do Haiti, que era uma colônia francesa. O movimento teve início em 1791 liderado pelos escravos. Em 1825 o país conseguiu sua independência, mas a economia estava arrasada e a produção destruída.
Entre os governos europeus, praticamente nenhum colaborou com os movimentos pela independência da América Espanhola e do Haiti. Apenas o governo da Inglaterra deu uma forcinha: que boazinha, né!
Na verdade, a Inglaterra, que já tinha perdido os Estados Unidos, estava precisando de gente pra comprar seus produtos, por isso queria ajudar a América: para poder vender pra eles sem que a Espanha ficasse interferindo.
Em 1823 até o presidente dos Estados Unidos JAMES MONROE (1758-1831) anunciou a disposição dos Estados Unidos em impedir que qualquer país europeu estabelecesse colônias na América. Sua frase ficou conhecida no mundo todo: “A América para os americanos”, mas porque ele tinha tanto interesse em proteger a América? Porque assim como a Inglaterra, queriam fazer comércio e precisavam vender seus produtos.
Na próxima aula veremos que a Inglaterra estava querendo vender seus produtos porque estava conseguindo produzir em grande quantidade.Mas como será que ela estava fazendo isso??? Aguardem...