Estamos de volta
amigos, última aula do bimestre!!!!
Na última aula
falamos sobre o mundo de 1945 a 1989, período que ficou conhecido como Guerra
Fria. Nesta aula falaremos sobre o Brasil de 1945 a 1985 quando Vargas saiu do
poder e a partir de 1964 passamos a ser governados por militares. Preparem-se!
Quando a Segunda
Guerra Mundial acabou, em 1945, o governo de Vargas (que tinha começado em
1930) estava bem desgastado, principalmente porque as elites brasileiras já
estavam cansadas de todos aqueles benefícios dados aos trabalhadores
(populismo) e dos cortes com as grandes importadoras. Vargas acabou renunciando
mas não se afastou da política: nas eleições daquele ano ele apoiou um candidato,
Dutra, que passou a governar o Brasil em 1946.
Dutra aprovou uma
nova constituição (conjunto de leis) que permitia eleições a cada 5 anos. Também
mandou fechar o Partido Comunista no Brasil, por conta da Guerra Fria e do
apoio obtido dos EUA, como empréstimos. E finalmente, liberou as importações
como as elites tanto queriam. O problema é que a partir dessas atitudes, nosso
país passou a enfrentar uma inflação fortíssima, que só piorou ao longo dos
anos.
Nas eleições de
1950 advinha quem foi eleito? Vargas, vocês acreditam? Daí ele fez o que quis,
afinal, estava de volta ao poder ‘nos braços do povo’, como ele mesmo disse em
relação às eleições. Populista como sempre, trouxe mais benefícios para os
trabalhadores, e continuou investindo no crescimento industrial. Mas desta vez,
queria fortalecer a indústria brasileira. Cheio de idéias nacionalistas, rompeu
com os EUA, desenvolvendo empresas estatais (do governo) como a Petrobrás e a
Eletrobrás. O problemas é que a galera da grana não estava gostando nada dessa
história. Se aproveitando da inflação que só aumentava, as elites brasileiras
que queriam voltar a comercializar com os EUA se uniram às Forças Armadas (exército,
marinha e aeronáutica) para dar um golpe e tirar Vargas do poder. Mas ele foi
mais rápido: em 1954 se matou com um tiro no peito, pressionado pelos ‘inimigos’
e impedindo o golpe. Deixou uma carta antes de morrer na qual justificava sua
atitude drástica, e o povo brasileiro lamentou...
O vice de Vargas,
Café Filho, assumiu o governo até as próximas eleições, em 1955, quando foi
eleito Juscelino Kubitschek. Juscelino ficou conhecido por ser um homem
moderno, prometendo fazer o Brasil crescer durante seus mandato de 5 anos o
equivalente a 50 anos. Realmente durante seu governo o Brasil aumentou o número
de indústrias, trocou as ferrovias por rodovias (o que era considerado muito
moderno na época), ganhou uma nova capital: a cidade de Brasília, construída
especialmente para este fim... Mas nos enfiamos em uma dívida altíssima... Tudo
bem...
Nas próximas
eleições quem venceu foi o excêntrico Jânio Quadros, em 1961. Com medidas
estranhas, como a proibição do uso de biquinis nas praias, Jânio tentou seguir
o modelo getulista rompendo com empresas privadas brasileiras. Com o lema “Varre,
varre vassourinha” prometeu acabar com a corrupção no Brasil, mas... Mexeu onde
não devia: diante da pressão das elites com quem havia criado algumas
inimizades, em agosto de 1961 (lembrando que ele assumiu em janeiro de 1961)
renunciou ao cargo de presidente do Brasil (crente que o povo iria implorar sua
permanência...). Ninguém comentou o fato, e o vice dele, João Goulart, assumiu
o governo.
Com o mesmo posicionamento
em relação às empresas privadas brasileiras, João Goulart passou a ser visto
também como uma ameaça. Boatos de que ele era comunista se espalharam por todo
o país, principalmente depois que ele visitou a China (que era comunista como
vocês viram na aula passada em Revolução Chinesa). Imagina a cena: o cara rompe
com as empresas, rompe com os EUA e ainda vai pra China – é comunista! Salve-se
quem puder: nessa época todo o mundo achava que os comunistas eram ‘do mal’ e
comiam criancinhas (por causa da propaganda dos EUA), e no Brasil a sociedade
achava que estava correndo sérios riscos com o governo de Goulart. Foi assim
que em 31 de março de 1964 os militares brasileiros assumiram o governo
afirmando que estavam protegendo a nação do comunismo e e da inflação.
O governo dos
militares era assim: tinham eleições mas só militares poderiam votar e serem
votados. Chamamos isso de ditadura porque a população não podia participar da
política nem do governo. Não podia nem reclamar. Os militares diziam que a
situação era provisória, mas o governo deles durou até 1985. Durante todo esse
tempo eles governavam como queriam, e aprovavam leis, chamadas de Atos
Institucionais para ‘organizar’ a sociedade. O Ato Institucional n° 5, por
exemplo, dava plenos poderes ao presidente da república – podia prender, exilar
e intervir em qualquer um e em qualquer lugar.
Quem protestava
era preso, torturado e exilado (mandado para fora do país), e muitas pessoas
simplesmente desapareceram nessa época. Muitos dos nossos políticos atuais
passaram por esse período protestando e lutando pela volta da democracia e da
participação política, como por exemplo a nossa presidenta Dilma Roussef e o
nosso ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
No 4º bimestre
estudaremos como esse período acabou... Espero vocês!!!